Parque dos Poetas - Oeiras
Não querendo deixar passar esta data em que o espólio de Sophia de Mello Breyner Andresen será oficialmente doado pela família da escritora à Biblioteca Nacional, em Lisboa, deixo o poema mais popular desta mulher das letras que tão empenhadamente lutou, em vida, por causas sociais que continuam por resolver senão mais agravadas nos tempos incertos que atravessamos.
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não
Sophia de Mello Breyner Andresen
"Porque os outros se compram e se vendem
ResponderEliminarE os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não."
Faço deste trecho um lema de vida!!!
Bjs
Hi,
ResponderEliminarI begin on internet with a directory
há alguém que canta esses versos! ZEca Afonso, só pode!
ResponderEliminarlindo
É sempre tempo de lembrar Sophia mas ontem foi um dia especial!
ResponderEliminarEla foi das que não calou!
Abraço
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarRSM
ResponderEliminarQuem dera que todos assim fizessem.
AVOGI
Quem cantou estes versos foi Adriano Correia de Oliveira.
Rosa dos Ventos
Efectivamente este foi um pretexto para nos lembrarmos MAIS dela.
Beijossssss
Minha amiga:
ResponderEliminarEste poema é um hino. Adoro todos seus seus poemas, uma mulher notável e que nos orgulha.
A Biblioteca Nacional vai ficar muito mais rica, sem dúvida.
Excelente post.
Beijinhos
Maravilhosa Shophia.
ResponderEliminarEstes também são dela muito difundidos pelo Francisco Fanhai(O Pde. Fanhais)
Cantata de paz
Vemos, ouvimos e lemos
Não podemos ignorar
Vemos, ouvimos e lemos
Não podemos ignorar
Vemos, ouvimos e lemos
Relatórios da fome
O caminho da injustiça
A linguagem do terror
A bomba de Hiroshima
Vergonha de nós todos
Reduziu a cinzas
A carne das crianças
D'África e Vietname
Sobe a lamentação
Dos povos destruídos
Dos povos destroçados
Nada pode apagar
O concerto dos gritos
O nosso tempo é
Pecado organizado.
Ass.: Terezinha
Palavras poéticas que continuam tão actuais que até me arrepiam, infelizmente.
ResponderEliminarJinhos Teresinha