terça-feira, 26 de junho de 2012

Texto com metáfora

O texto que se segue, além de espectacularmente bem escrito, contém uma "metáfora".
Só hoje o recebi por mail e não posso evitar postá-lo pela admiração com que fiquei pelo seu autor, Luís Manuel Cunha, que o publicou in «Jornal de Barcelos», 5 de Outubro, 2011 (mantém toda a actualidade).

O Silva das vacas

Algumas das reminiscências da minha escola primária têm a ver com vacas. Porque a D.ª Eufrásia, a professora, uma mulher escalavrada e seca, mais mirrada que uva-passa, tinha um inexplicável fascínio por vacas. Primavera e vacas. De forma que, ora mandava fazer redacções sobre a primavera, ora se fixava na temática da vaca. A vaca era, assim, um assunto predilecto e de desenvolvimento obrigatório, o que, pela sua recorrência, se tornava insuportavelmente repetitivo. Um dia, o Zeca da Maria "gorda", farto de escrever que a vaca era um mamífero vertebrado, quadrúpede ruminante e muito amigo do homem a quem ajudava no trabalho e a quem fornecia leite e carne, blá, blá, blá, decidiu, num verdadeiro impulso de rebelião criativa, explicar a coisa de outra forma. E, se bem me lembro ainda, escreveu mais ou menos isto:

"A vaca, tal como alguns homens, tem quatro patas, duas à frente, duas atrás, duas à direita e duas à esquerda. A vaca é um animal cercado de pêlos por todos os lados, ao contrário da península que só
não é cercada por um. O rabo da vaca não lhe serve para extrair o leite, mas para enxotar as moscas e espalhar a bosta. Na cabeça, a vaca tem dois cornos pequenos e lá dentro tem mioleira, que o meu pai
diz que faz muito bem à inteligência e, por não comer mioleira, é que o padre é burro como um tamanco. Diz o meu pai e eu concordo, porque, na doutrina, me obriga a saber umas coisas de que não percebo nada como as bem-aventuranças. A vaca dá leite por fora e carne por dentro, embora agora as vacas já não façam tanta falta, porque foi descoberto o leite em pó. A vaca é um animal triste todo o ano, excepto no dia em que vai ao boi, disse-me o pai do Valdemar "pauzinho", que é dono do
boi onde vão todas as vacas da freguesia. Um dia perguntei ao meu pai o que era isso da vaca ir ao boi e levei logo um estalo no focinho. O meu pai também diz que a mulher do regedor é uma vaca e eu também não entendi. Mas, escarmentado, já nem lhe perguntei se ela também ia ao boi."

Foi assim. Escusado será dizer que a D.ª Albertina, pouco dada a brincadeiras criativas, afinfou no pobre do Zeca um enxerto de porrada a sério. Mas acabou definitivamente com a vaca como tema de redacção.

Recordei-me desta história da D.ª Albertina e da vaca do Zeca da Maria "gorda", ao ler que Cavaco Silva, presidente da República desta vacaria indígena, em visita oficial ao Açores, saiu-se a certa altura com esta pérola vacum: "Ontem eu reparava no sorriso das vacas, estavam satisfeitíssimas olhando o pasto que começava a ficar verdejante"! Este homem, que se deixou rodear, no governo, pelo que viria a ser a maior corja de gatunos que Portugal politicamente produziu; este homem, inculto e ignorante, cuja cabeça é comparada metaforicamente ao sexo dos anjos; este político manhoso que sentiu necessidade de afirmar publicamente que tem de nascer duas vezes quem seja mais honesto que ele; este "cagarola" que foi humilhado por João Jardim e ficou calado; este homem que, desgraçadamente, foi eleito presidente da República de Portugal, no momento em que a miséria e a fome grassam pelo país, em que o desemprego se torna incontrolável, em que os pobres são miseravelmente espoliados a cada dia que passa, este homem, dizia, não tem mais nada para nos mostrar senão o fascínio pelo "sorriso das vacas", satisfeitíssimas olhando o pasto que começava a ficar verdejante"! Satisfeitíssimas, as vacas?! Logo agora, em tempos de inseminação artificial, em que as desgraçadas já nem sequer dispõem da felicidade de "ir ao boi", ao menos uma vez cada ano!

Noticiava há dias o Expresso que, há mais ou menos um ano e aquando de uma visita a uma exploração agrícola no âmbito do Roteiro da Juventude, Cavaco se confessou "surpreendidíssimo por ver que as vacas, umas atrás das outras, se encostavam ao robô e se sentiam deliciadas enquanto ele, durante seis ou sete minutos, realizava a ordenha"! Como se fosse possível alguma vaca poder sentir-se deliciada ao passar seis ou sete minutos com um robô a espremer-lhe as tetas!!  Não sei se o fascínio de Cavaco por vacas terá ou não uma explicação freudiana. É possível. Porque este homem deve julgar-se o capataz de uma imensa vacaria, metáfora de um país chamado Portugal, onde há meia-dúzia de "vacas sagradas", essas sim com direito a atendimento personalizado pelo "boi", enquanto as outras são inexoravelmente "ordenhadas"! Sugadas sem piedade, até que das tetas não escorra mais nada e delas não reste senão peles penduradas, mirradas e sem proveito. 

A este "Américo Tomás do século XXI" chamou um dia João Jardim, o "sr. Silva". Depreciativamente, conforme entendimento generalizado. Creio que não. Porque este homem deveria ser simplesmente "o Silva". Silva das vacas. Presidente da República de Portugal. Desgraçadamente.

Imagem encontrada no Google

segunda-feira, 25 de junho de 2012

What A Wonderful World

David Attenborough é bem nosso conhecido por realizar comentários espectaculares sobre o mundo animal. A BBC decidiu promover o seu último trabalho, através do Youtube, com este "Maravilhoso vídeo".  
Ampliem o ecran e deliciem-se. Não me canso de ver espectáculos maravilhosos quando os mesmo têm a Natureza por protagonista.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Amor a Portugal

Que melhor incentivo (em dia de jogo da equipa de todos nós frente à República Checa) poderia aqui deixar, no1º dia de Verão de 2012, que este tema lindíssimo cantado por uma voz Portuguesa maravilhosa como a da Dulce Pontes? Até fico arrepiada só de a ouvir.


FORÇA PORTUGAL!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

1-2-3 Experiência


Espero que gostem do resultado apesar da qualidade das imagens não ter sido a melhor, assumo e peço desculpa.

terça-feira, 5 de junho de 2012

O Ambiente é nosso

... mas uns valorizam melhor os seus pertences do que outros. 

As Organizações Mundiais foram criadas para alertar, sensibilizar e até criar estruturas para a proteção de algo que nos é tão caro e nos deveria merecer mais respeito. Porém, a ganância e desejo de criar riqueza a qualquer custo, leva toda essa gente a falar, falar, falar muito mas a fazer pouco, muito pouco para levar a água (purificada) ao seu/nosso moinho.

Será que as nossas crianças ainda irão a tempo de atuar, agora que a sensibilização de um assunto tão importante, como a protecção do meio ambiente, começa na mais tenra idade? Faço votos para que sejam muito bem sucedidas e que ainda vão a tempo de salvar este nosso Planeta Terra que tão mal estimado tem sido.

Queridos netos, conto convosco!

imagem da net

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Todas as crianças são lindas


Todas as crianças são lindas, tesouros de seus pais e avós, diamantes em bruto prontos a ser lapidados para serem o orgulho de todos nós, quando homens e mulheres do amanhã.
Estas são as minhas crianças, aquelas que me tornam a Avó mais babada do mundo e acreditem que tenho fortes motivos para isso.

Aproveitem meus queridos a viver a felicidade que, infelizmente, nem todas as crianças no mundo se podem gabar.

Beijosssssssssssssssssss