Quentes e boas!

É um pregão que já nem se ouve muito nos dias que correm mas que está muito associado ao meu imaginário infantil.

Relaciono-o com a minha terra Transmontana de onde provém a maior parte dos frutos que, assados no meio das ruas Lisboetas, aquecem os transeuntes apressados no seu regresso a casa em dias Outonais, chuvosos e friorentos, que os adquirem (agora cada vez menos devido ao seu preço proibitivo) porque gostam mas também porque ao descascá-los se sentem confortados com o calor que deles se desprende.

Falo-vos, como já perceberam da linda castanha assada.

Sou Castanheira de apelido, gosto do fruto quando começa a sair do seu ouriço/casa para se tornar livre e independente mas também aprecio os grandes Soutos povoados de enormes castanheiros, frondosas árvores que produzem as castanhas que finalmente estão a ser reconhecidas como um produto exportável para outros mundos trazendo riqueza aos seus produtores bem como ao país e não só aos animais que por aquelas paragens eram o destino certo em tempos que já lá vão. Hoje tudo se faz com castanhas, desde as famosas castanhas assadas, doces e licores a pratos requintados onde elas aparecem ricas de sabor e exóticas como acompanhamento.

Tudo isto vem a propósito do dia que hoje celebramos - Dia de S. Martinho, cuja lenda está associada ao famoso Verão de S. Martinho de que ainda hoje beneficiamos tanto tempo passado depois da boa acção praticada pelo santo, tal é a bondade divina.

Portanto, não esqueçam... Com água-pé, castanhas e vinho faz-se uma boa festa pelo S. Martinho.

Fotos tiradas da net